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AUTISMO

  • Foto do escritor: André Cabral
    André Cabral
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

AUTISMO - Pouco comentado, a palavra “austismo” foi criada por Bleuler a partir da concepção freudiana de autoerotismo (elidindo eros). Mais do que a etimologia, delimitamos sua importância quanto ao desenvolvimento infantil. O autoerotismo é um estágio do desenvolvimento anterior ao narcisismo, estágio em que a pulsão ainda não se encaminha para um objeto (seio, olhar, voz), satisfazendo-se com o próprio corpo. Lembremos do jogo infantil objetivando a passagem do autoerotismo ao narcisismo. É comum que bebês joguem objetos para longe, buscando recuperá-los em seguida. Na jogada, o bebê balbucia sons (Fort-da), encenando as idas e vindas da mãe. Neste vai e vem, a criança é demandada a ocupar um lugar na economia psíquica do outro e, de modo semelhante, demanda ao outro como objeto de sua falta. Logo, pela “lalação” inaugural, simboliza-se a ausência e presença do cuidador. Pelo balbucio inaugural, a palavra mata a coisa. Deste apagamento, deslocamo-nos da concretude do mundo à magia da linguagem. Pois bem, para o autista não encontramos o assassinato primordial. Ele suplementa o Fort-da, mas não vai além da relação On-off nos movimentos de estereotipia (neste vai e vem do corpo). A linguagem perde sua relação mágica (eros), restando o mutismo. Impera a palavra sem entonação,robotizada. Na suplência investida, prevalece a concretude, sendo o trocadilho- pela homofonia das palavras-, causa de perturbação (a palavra é a coisa). Logo, não há inscrição do objeto que represente o desejo como desejo de algo (foraclusão do furo). A voz e o olhar se tornem invasivos – juntamente ao seio e ao leite em distúrbios alimentares. Por fim, recuperar a noção de autoerotismo, permite-nos interpelar o autismo para além de uma quimera cognitiva, déficit comportamental. Trata-se de um modo de defesa frente à angustia na relação dialética com o Outro. Não negamos a genética, mas reafirmamos a epigênese e seu entrelaçamento com a clínica (por André Cabral 22/05/25) (Texto adaptado para o Instagram)

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